Já tinha algum tempo que Samuel trabalhava ali, mas algo estava diferente. A motivação deu lugar à apatia, ao esgotamento emocional e às enxaquecas, por isso via a pilha de demandas se acumularem. Apesar do extremo cansaço, a insônia era uma companheira recorrente das longas noites. Ao mesmo tempo, pareciam tão curtas pelo cansaço ainda intacto ao acordar… até que decidiu procurar ajuda profissional.
Essa história de Samuel é fictícia, mas é a realidade de muita gente. Neste setembro amarelo, um dos temas que vamos abordar é a saúde mental no trabalho. De acordo com um levantamento realizado pela International Stress Management Association (Isma-BR) em 2019, 32% da população economicamente ativa sofre de burnout no Brasil, equivalente a cerca de 32 milhões de pessoas.
Também denominada como síndrome do esgotamento profissional, ela passou a ser reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro de 2022. Então: não, não é mimimi. Esse é um assunto sério que deve ser tratado tanto com colaboradores quanto com gestores.
Corpo e mente podem dar sinais
Assim como Samuel estava tendo insônia e dores de cabeça, muitas pessoas se deparam com sintomas emocionais e físicos sem relacionar que a causa é o trabalho.
Fique atento aos sinais mais comuns de burnout: exaustão física e mental, falta de motivação para realizar atividades do trabalho, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, isolamento, depressão e ansiedade.
Além disso, o seu corpo também pode manifestar lapsos de memória, dificuldade de dormir, palpitações, pressão alta, dores musculares, enxaqueca, entre outros.
Prevenção e tratamento
Primeiro, é preciso reconhecer os fatores que criam um cenário fértil de burnout para que seja evitado ao máximo. Na maioria das vezes, as principais causas são atribuídas ao acúmulo de funções, um grande volume de tarefas, cobrança excessiva por resultados e alto nível de responsabilidade.
Assim, é importante já identificar esses elementos para contornar a situação ainda no início. Se o caso for agravado, deve-se procurar um psiquiatra, que será capaz de fazer o diagnóstico profissionalmente e encaminhar o tratamento. Geralmente, trata-se a partir de combinação entre mudanças no estilo de vida e no ambiente corporativo, psicoterapia e medicamentos.
Como o burnout agora é reconhecido pela OMS, o trabalhador tem direitos trabalhistas e previdenciários previstos por lei causados por doenças relacionadas ao trabalho, ou seja, pode ser afastado sem que afete sua remuneração e até se aposentar por invalidez.
O que fazer estando na posição de gestor?
- Abra espaços de feedback não só para você falar sobre o desempenho do seu colaborador, mas também para ele dar retorno sobre como está a rotina dele
- Agilize processos seletivos para substitutos temporários para que não haja sobrecarga da equipe em casos de licença-maternidade, afastamento e férias de outros membros da equipe
- Agende palestras para promover debate sobre saúde mental no trabalho
- Revise se os prazos estabelecidos são condizentes com a quantidade de tarefas e com o nível de dificuldade da demanda
Os gestores também estão sujeitos ao burnout dentro de uma hierarquia na empresa. Da mesma forma que cobram também são cobrados. Logo, recomenda-se considerar a possibilidade da promoção de um coordenador para ter com quem dividir suas responsabilidades e não ficar sobrecarregado.
Precisamos falar sobre burnout para superar o tabu
Compartilhe este texto com seus colegas de trabalho, amigos e familiares para alertar sobre a síndrome do burnout. Para além de setembro amarelo, saúde mental deve ser uma pauta diária em casa, no trabalho, na roda de amigos.
Se você acha que apresenta os sintomas, procure ajuda profissional. Na SESI Clínica, você pode encontrar consulta para psicólogo e psiquiatra. Sua relação com o trabalho pode melhorar bastante.
Caso você seja gestor e queira proporcionar um ambiente saudável de trabalho, ligue para (85) 4009-6300 e saiba mais sobre as palestras de saúde mental e sobre o Programa de Qualidade de Vida, do SESICeará.