O maior desafio das avaliações econômicas em programas de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) e Promoção de Saúde (PS) é que o retorno sobre esses investimentos nem sempre é de fácil mensuração. Os modelos econômicos para se avaliar esse tipo de programa e suas intervenções buscam auxiliar a alocação eficiente de recursos, com o objetivo de atender, de maneira ideal, às necessidades da empresa, uma vez que esses investimentos são, via de regra, limitados.
Os métodos mais comumente usados para realizar avaliações econômicas em SST e PS são: análise de custo-benefício, custo-efetividade e custo utilidade. Cada método permite comparação de diferentes intervenções estratégicas, baseada em recursos consumidos e resultados gerados. Cada metodologia requer uma cuidadosa análise de custo (por exemplo, identificando os custos associados à atividade de prevenção) e avaliação de resultados, tanto de danos como de benefícios.
A análise de custo-benefício é um método para comparar custos e benefícios de uma intervenção, onde todas as consequências e benefícios são avaliados em termos monetários. Essa análise inclui custos de programas, pacientes e outros custos médicos, despesas diretas, produtividade e custos intangíveis (por exemplo, dor e sofrimento). Pode-se utilizar análise de custo-benefício para avaliar a economia de uma única opção, isto é, se uma intervenção específica em SST ou PS irá economizar ou não recursos. Outra utilização dessa análise é para escolher entre duas ou mais opções, denotando qual será a melhor a ser implantada e que trará melhores benefícios.
Por outro lado, na análise de custo-efetividade, nenhuma tentativa é feita para atribuir um valor monetário aos resultados de saúde. Em vez de reais, os resultados são medidos nos efeitos naturais mais apropriados ou unidades físicas. Por exemplo, comparando um programa que promove o uso de capacetes para ciclistas, a unidade de medida pode ser “lesões na cabeça evitadas”. Outras unidades medidas pela análise de custo-efetividade são “doenças prevenidas” ou “número de vidas salvas”. A análise de custo-efetividade busca determinar o uso eficiente de recursos em termos de custos para um resultado de saúde para determinar se um programa fornece valor para o dinheiro gasto; se estratégias dentro de um programa fornecem mais valor para o dinheiro gasto e se um programa mais caro vale o custo adicional.
Por último, temos a análise do custo-utilidade, que permite estratégias de prevenção para mais de uma doença ou problema de saúde a ser comparado. Na análise custo-utilidade, como na análise custo-efetividade, uma medida comum é usada para comparar os resultados alternativos dos programas. Na análise custo-utilidade os resultados são expressos em número de anos de vida ganhos com o ajuste na qualidade de vida. Assim, a medida comum para essa análise é “anos de vida ajustados pela qualidade” (QALYs). A medida QALY tem um apelo intuitivo para os tomadores de decisão. Em vez de confiar em juízos implícitos sobre valor e qualidade de vida, a análise custo-utilidade torna esses valores explícitos no cálculo.
O Centro de Inovação SESI em Economia em Economia para Saúde e Segurança realiza um trabalho de pesquisa contínuo sobre inovação na área de saúde. Para mais informações sobre este texto ou outros assuntos, entre em contato conosco.
Parabéns ao autor Rodrigo Nogueira, o contexto econômico que as empresas vivem hoje necessitam dessa visão, que a gestão em SST estar muito além do atendimento a legislação. Parabéns ao SESI pelo papel que vem desempenhando junto às indústrias.
Obrigado amigo Robinson Martins, vamos em frente nos esforços em prol da prevenção. Abraço!