Qual é a diferença entre perigo e risco?
O perigo é um fator em potencial que pode causar danos à segurança do colaborador. A depender da interação desse fator com o ambiente, ele é apenas um perigo, ou pode se tornar um risco. 
Por exemplo, uma agulha dentro de um armário é um perigo, mas uma agulha esquecida no assento de uma cadeira é um risco.
Essa avaliação deve ser realizada por um profissional qualificado, como um técnico em segurança do trabalho.

Obrigatoriedade do PGR

Não são todas as empresas a serem obrigadas a elaborar o PGR. O Governo estabeleceu um tratamento diferenciado apenas para micro e pequenas empresas que apresentarem grau de risco 1 ou 2, com ausência de risco físico, químico e biológico. Exclusivamente nesses casos, o PGR é substituído pela Declaração de Inexistência de Riscos (DIR).

Esse grau de risco é calculado e estabelecido pelo Ministério do Trabalho em uma escala de 1 a 4, com base na atividade econômica e no número de acidentes de trabalho registrados por setor.

A relevância do PGR para o eSocial

A fiscalização do PGR fica a cargo do auditor fiscal do trabalho, porque esse é um documento da esfera trabalhista. A princípio, ele não é exigido para o eSocial.

No eSocial, o documento responsável por informar os riscos do trabalho é o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), muito semelhante ao PGR, porém seu escopo é previdenciário/tributário.

Caso a Receita Federal detecte inconsistências nos dados reportados, sua empresa pode cair na malha fiscal digital tributária. Então, a Receita amplia o leque de investigação para outros documentos que não eram solicitados inicialmente, entre eles o PGR.

Escolha quem é referência em SST

Planeje e implemente medidas de SST eficazes na sua empresa com os serviços do SESI! Oferecemos programas, laudos e avaliações para garantir a saúde e a segurança que o seu colaborador precisa. Pelo quarto ano seguido, fomos um dos vencedores do Prêmio Top of Mind Proteção, na categoria “Entidades Prestadores de Serviços”.

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As mudanças de comportamento alimentar geradas na Pandemia – Blog SESI de Saúde e Segurança
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As mudanças de comportamento alimentar geradas na Pandemia

Mais um ano novo se inicia. Costumamos fazer planos e projetos para o ano vindouro. Acredito que a maioria das pessoas estabeleceram metas para 2020. Mudanças acompanhariam o ano que estava iniciando, porém não contávamos com o inesperado. O futuro nos surpreendeu.

Mudança é uma palavra que tem vários sinônimos, mas destaco alguns: modificação, alteração, transformação, substituição, troca. Qualquer uma dessas palavras pode descrever nossas vidas em 2020. Tivemos que nos reinventar rapidamente, sem tempo hábil para adaptações. Surgiu a pandemia, isolamento social, lockdown, home office, aulas online, webinar, lives, vivemos o mundo MUVUCA, mas também vivemos o medo, a tristeza, a angústia, a ansiedade, a insegurança… Diante de tantas mudanças, cada pessoa encarou o momento à sua maneira. Alguns pesquisadores viram a oportunidade de entender melhor o comportamento dos brasileiros frente às adversidades.

Em julho, foram publicados os resultados de uma pesquisa conduzida pela revista Veja Saúde e o núcleo de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, com o apoio institucional da Associação Brasileira de Medicamentos Isentos de Prescrição (ABIMIP) sobre o comportamento dos brasileiros frente à pandemia, intitulado de Autocuidado em Tempos de Pandemia.

A pesquisa teve a participação de 1.874 entrevistados de ambos os sexos, com idade superior aos 25 anos, de todas as regiões do Brasil. Observou-se nesse estudo que quase 70% dos entrevistados perceberam a necessidade de rever e mudar hábitos para assegurar sua condição de saúde. Porém, entre os pilares do autocuidado considerados mais difíceis de aderir à rotina citados pelos entrevistados estavam “praticar atividade física” e “ter uma alimentação saudável”, itens importantes quando pensamos em adotar um estilo de vida saudável.  

Mudar o comportamento alimentar é mais difícil do que parece. Alimentar deixou de ser apenas um ato de ingerir nutrientes ou satisfazer uma necessidade fisiológica. Hoje, há uma ligação muito forte com nossas emoções, pois gera conforto, influencia humor, traz tranquilidade e principalmente, não podemos esquecer que comer é prazer.

Durante essa pandemia surgiu o conflito entre alimentação para melhorar a saúde (garantindo aporte para o sistema imunológico) e equilibrar as emoções. Seria muito bom se os alimentos “considerados saudáveis” fossem os mesmos escolhidos por nós para garantir prazer e aliviar nosso estado emocional, mas isso não acontece. Quando estamos em estresse emocional buscamos alimentos que proporcionem um prazer imediato para o cérebro e alívio das sensações garantidos com a produção de dopamina. Os alimentos escolhidos são calóricos, ricos em açúcares e gorduras. Um estudo publicado pela revista The Lancet ressaltou a importância de se estar alerta para o risco do surgimento ou agravamento de transtornos alimentares nesse período de pandemia.

Seguindo a linha comportamental, a Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu uma pesquisa online, com 1.183 mulheres, realizada entre os meses de junho e setembro, e os resultados mostraram que a alimentação das brasileiras mudou. Elas deixaram de fazer dietas e passaram a beliscar mais. Observou-se que por trás dessa mudança havia a influência de fatores emocionais.

Como já mencionado, mudar ou adotar um novo hábito alimentar saudável não acontece da noite para o dia, é um processo gradual que perpassa por momentos de ganhos e recaídas. Embora as emoções estejam influenciando nossas escolhas alimentares, vimos que a população brasileira subiu alguns degraus da escada para um estilo de vida saudável. Isso é o que mostra as primeiras análises de um dos maiores estudos brasileiros em alimentação e saúde, iniciado em janeiro deste ano e que acompanhará os participantes por 10 anos.

O estudo vem sendo conduzido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, envolvendo 10 mil participantes adultos, com idades entre 18 e 39 anos, que responderam ao questionário de Recordatório Alimentar (consumo do dia anterior) na primeira fase entre os meses de janeiro e fevereiro (antes da pandemia) e segunda fase em maio (durante a pandemia).

Os resultados positivos dessa parte preliminar do estudo foi o aumento no consumo de frutas, hortaliças e feijão, passando de 40,2% registrado nos meses de janeiro e fevereiro para 44,6% em maio. Entretanto, nas regiões Norte e Nordeste, pessoas de baixa escolaridade aumentaram o consumo de alimentos ultra processados, aqueles com teor elevado de calorias, ricos em sal, açúcar, gordura, adoçante, corante, aromatizantes e conservantes, que estão associados diretamente aos riscos de deficiência nutricional e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

Como a segunda fase da pesquisa aconteceu no período crítico da Pandemia, uma possível explicação para o aumento no consumo de alimentos ultra processados pode ter relação com o medo de se expor ao vírus causador da Pandemia, levando muitas famílias optar por comprar alimentos industrializados que teriam maior tempo de prateleira.

Muitos de nós, tínhamos deixado a rotina do cozinhar no passado. A mudança nos concedeu a oportunidade de usar as condições atuais para investir em hábitos mais saudáveis. Fomos obrigados a ficar em casa e a preparar nossa comida do dia a dia.

Aos poucos, estamos retornando ao nosso ritmo de vida pré-pandemia, cercada de sabotadores que prejudicam a mudança de comportamento alimentar. É verdade que o dia a dia agitado leva as pessoas a buscarem praticidade em suas escolhas alimentares, mas será que não é possível conciliar essa praticidade com alimentação saudável? Nós, profissionais nutricionistas, afirmamos que sim, e o segredo está no bom planejamento. Quando vamos nos alimentar, se não houver planejamento, não somos nós que escolhemos. Os alimentos nos escolhem. Muitos fatores precisam estar alinhados, como escolha do cardápio, tempo de preparo e técnica de conservação. Precisamos lembrar que esse alimento deve, além de nutrir o corpo, alimentar a alma.

Maria José Pinheiro

Sobre o Autor: Maria José Pinheiro

Nutricionista pela Universidade Estadual do Ceará - UFC, especialista em Alimentos Funcionais e Nutrigenômica pela Universidade Estácio de Sá. Pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional pela CVPE/UNICSUL. Consultora em APPCC pelo SENAC. Atua como Nutricionista nos Serviços Médicos e Clínicos do SESI Ceará, unidade Parangaba.
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