A área de segurança e saúde do trabalho (SST) vem experimentando profundas transformações nos últimos tempos, seja em função de necessárias adequações normativas e legais para fazer frente ao dinamismo da economia, seja em função da incorporação de novas tecnologias de gestão e inteligência operacional da área. Uma das dimensões que mais tem se desenvolvido e captado a atenção das empresas é a análise e a avaliação econômica dos custos envolvidos nos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como nos impactos relacionados aos afastamentos de trabalhadores sobre a produtividade, lucratividade e competitividade do parque econômico e produtivo nacional.
Fronteiras fundamentais de inovação
Saúde, segurança e qualidade de vida, no trabalho e fora dele, são elementos transversais da excelência organizacional das empresas e que correspondem a dimensões estratégicas e diferenciadoras nas políticas empresariais, devendo ser posicionadas como fronteiras fundamentais de inovação e vantagem competitiva. Para as empresas, a mensuração do desempenho estratégico e operacional assume função fundamental para a sustentabilidade dos negócios e, dessa forma, a valorização da marca e da imagem das empresas no mercado passa necessariamente pela não vinculação aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, e por todas as consequências advindas dos sinistros laborais em termos de custos econômicos, sociais e humanos.
Necessidade de investimentos assertivos
Para atingir níveis de excelência na área de segurança e saúde do trabalho, as empresas lançam mão de estratégias como o desenho e a implementação de programas de saúde. Além do foco na prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, os profissionais da área estão envidando esforços de compreensão e atuação em áreas que impulsionam as empresas em direção a melhores espaços de produtividade. Esse foco atual da área de segurança e saúde do trabalho apresenta inúmeros desafios aos profissionais e para as próprias empresas, impõe a necessidade de mudanças na cultura organizacional, bem como a necessidade de investimentos assertivos e que promovam retorno em termos de ganhos de produtividade e lucratividade. Não há mais dúvidas que os investimentos em promoção da saúde, segurança e qualidade de vida se conectam diretamente com a saúde financeira e a sustentabilidade dos negócios, com o incremento de benefícios tangíveis e intangíveis.
E, neste sentido, uma das mais importantes estratégias da atualidade de melhorias nos ambientes produtivos e de trabalho é a Total Worker Health (TWH), estruturada em cinco elementos basilares, a saber:
- Comprometimento da liderança empresarial com a segurança e a promoção da saúde em todos os níveis da organização;
- Desenho produtivo e operacional com foco na eliminação e redução dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, e em direção à promoção da saúde e do bem-estar nos ambientes de trabalho;
- Promoção e incentivo do engajamento dos trabalhadores através de programas de saúde, bem-estar e qualidade de vida com objetivos e metas bem definidas;
- Promoção e construção de relações de confiança entre os atores envolvidos direta e indiretamente na implementação de iniciativas de segurança, promoção da saúde e qualidade de vida;
- Integração de sistemas relevantes de qualidade e desempenho operacional com vistas ao avanço das práticas de melhorias nos ambientes de trabalho.
Tem-se, hoje, a clareza necessária quanto à importância desses princípios aplicados à área de segurança e saúde do trabalho, e sobretudo de como esses princípios fundamentais devem estar alinhados com a estratégia empresarial. Este é o horizonte presente e futuro da área de segurança e saúde do trabalho, bem como da área de promoção da saúde, bem-estar e qualidade de vida no trabalho.